A chuva vem
cair na Ingauíra
Cada pingo
d'água
é um cabelo
da chuva.
Cada gole de
água do arco-íris
é um
aguaceiro.
Essa lagoa é
o copo
por onde
bebe um gigante.
Para a boca
do arco-íris
só uma taça
redonda.
Para a sede
de um gigante
só a água de
um pote rodeado de flores.
É na Lagoa
dos Cocos
que o
arco-íris bebe água.
Fui ver um
dia
esse copo de
flores.
Estômagos
cheios
da água de
um coco,
as nuvens
vêm vindo.
Barriga
pesada
com a água
de um coco,
as nuvens
vêm vindo.
Lagoa dos
cocos,
Bandeja
redonda cheia de copos de água.
Hi! vem
chuva como cabelo de sapo.
Cada pingo
d'água
é um cabelo
da chuva.
Cada gole de
água do arco-íris
é um
aguaceiro.
E cada gota
de orvalho
é um
diamante pingo d'água.
Hi! vem
chuva como cabelo de sapo.
Aqueles
pássaros enormes,
que não
podem voar direito,
de tanta
água na barriga,
vão cair
nesta volta do rio.
Adília,
minha irmã, prepare-se:
Sobre a
nossa casa vão cair do céu
sete copos
de água.
Teu banho de
hoje, Sinhá,
será dentro
de um copo d'água.
(poeta
baiano falecido faz hoje 46 anos)
1 comentário:
Belo jogo de palavras num poema belíssimo.
Abraço
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