Quarta
Dimensão
Trazem as
árvores insignificantes
o maior
distúrbio aos ventos; arredam-nos,
alçam outros
armazéns sonoros
casas de
relâmpagos e de cataclismos.
Chega-se.
Parte-se. Segreda-se
de seres
indeterminados que movem
resistência.
Pelejam mais.
E quando a
sua pele se usa vence
a moda,
mudança de uma árvore para a mundanal
outra árvore
carregada.
Podem aliás
irromper quentes florestas.
Abate-se
sobre o lenhador a opulência, o triunfo
do fruto
desenvolvido no seu trono
iluminado
por quatro archotes de seiva.
Há no mundo
inteiro uma, quando muito, rua
difícil de
encontrar.
São os
campos, gente humílima, absorta em grãos
de areia,
praia inequívoca onde,
na estação
tardia, os do mar se deitam.
Algumas
folhas, de livros, assinalam o ponto.
Algumas
cartas, de marear,
não chegam.
Criaturas
que se reproduziam em interstícios
que se
deitavam em divãs
cada vez
mais estreitos
a luminosa
vocação, a luminosidade
de uma terra
sábia e rotunda
suplantava
aqueles gritos portadores
de uma
defunta órfica voz
Eram as
criaturas presas ,
do seu
século
retraídas
nos olhos mal afeiçoados
Filhos mais
velhos a atentarem
em como o
corpo incha e se perfaz a polpa
como o limite
se delimita corpo a corpo
e engorda
Cobriam-se
as folhas de uma letra hirsuta
e os mais
novos sorriam como lábios.
(poetisa
lisboeta falecida faz hoje 25 anos)
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