Geografia
Humana
Há em mim,
carne minha, os quatro cantos da liberdade.
No meu
assoalho amanhece o sol de todas as direções.
Há em mim o
rumo da raiz do multiplicado vento
Soprando
aonde quer, porque quer a liberdade.
No oco do
espaço o casario sua ao sol do tempo.
parto-me em
trens, olho-me em fontes, divido-me em marmitas,
porque há em
mim, carne minha, os quatro cantos da liberdade,
e até no
último deles, o mais silencioso e esquivo deles,
o ainda
virgem, o alheio a bispos e batismos de párocos,
agachado
como um animal e útil como uma bilha no meio da sala,
encontrarei
ainda o início de uma outra liberdade.
(poeta
maranhense que hoje faz 78 anos)
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