MEUS OLHOS
Os caminhos
estão fechados
Há uma corda
atando mundos
um cão
fuçando a sombra
um porco na
oquidão
Sou o soco
nas costas do retardado
a órfã de
castigo
o cego que
aleijaram
pra
completar o escuro
Sou a
vampira que dá de mamar
o chiclete
no cabelo da professora
o pirulito
sobre o qual mijaram
Sou a
raquete arrebentada
o omelete
que não deu certo
o homem que
se afogou no Canal da Mancha
Meus olhos
se espalham
sobre a tua
cara
(poeta
paulista que hoje faz 46 anos)
1 comentário:
Lindíssimo, quando por aqui passo, este lembrar... Obg
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