Floresta
De olhos
fechados
mergulho em
teu ventre.
Perfumes se
encontram
no meu
rosto. Braços
apanham meus
cabelos.
Braços
leves, pesados,
amorosos ou
rudes,
Braços de
cedro
ou
espinheiro,
de parasitas
ou cravos
selvagens.
No ar e na
boca
um gosto de
erva
amanhecida.
Um gosto
de coisa
lavada.
Um ar de
chuva
e terra. Um
gosto
de mundo
amanhecendo.
Oh,
enveredar
por esse
mundo livre
e ser uma
entre as árvores
que formam o
volume
do teu
rosto.
Enveredar
por esse mundo livre.
Conhecer a
geografia
do teu
peito. Misturar-me
à conversa
das folhas
e adivinhar
o casamento
secreto das
raízes!
(poetisa
gaúcha nascida faz hoje 108 anos)
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