domingo, fevereiro 03, 2013

Viajar

Viajar todas as vezes
que o corpo precisar
(fabricar a viagem de alguma substância
da glândula).
As lágrimas são uma necessidade,
assim como o suor:
que a viagem também
transforme seu rosto,
regule a temperatura do corpo.

Depois, ir.

Ir suspenso, guiado por tudo
que produzir
os verbos “fazer chegar”.
Muitas curvas, montanhas,
encontrar com surpresa “córrego,
atalho”, tudo levando à mesma viagem
que já deixa memória,
mas está por começar?

Viagem por onde só a família foi,
viagem que tem animais, portas,
nomes de lugares.
E a persistência
enfática:
continuar. Febre, sede.

Depois, voltar?
Induzir a turva reação
de cores prolongadas, e partir
para outro caminho,
à solta.
A viagem repete o viajante,
e ele não nota.


(poeta carioca que hoje faz 40 anos)

3 comentários:

Lídia Borges disse...


O homem, viajante eterno que se realiza, em partidas sistematicas, e sistemáticas tentativas de retorno às origens?
A vida/viagem de múltiplos caminhos

Lídia

tulipa disse...

AMIGO LINO

estou muito grata pela sua compreensão acerca do problema
que transmiti a todos
os amigos da blogosfera.
Nem de todos vieram palavras bonitas como as suas.
Paciência!
...
Como diz o Lino e muito bem:
Minha querida, a visão é uma das melhores coisas que temos, pelo que se lixe a reciprocidade.

Por acaso tenho 3 blogues activos, mas...desde que se lembrem que eu existo e digam: Estou presente!
eu já fico feliz.

ADOREI este poema sobre os viajantes...não conhecia!
Obrigado pela partilha.

ONTEM
Foi um sábado magnífico
pela Costa Vicentina,
tive a sorte de ser presenteada
com um excelente dia
e bela companhia.
Beijinho meu.

jrd disse...

Viajar, sempre, é preciso.

Abraço