sábado, fevereiro 02, 2013

Aos poetas de café

Aqui se constrói a cidade de sol:
Alegria e pão,
Em versos com rima e tudo
E o mais que nestes falta.

Aqui morrem os tiranos,
Expulsam-se os vendilhões,
Contam-se os trinta dinheiros
Da venda
Dos outros.

Aqui, ó cavaleiros de um futuro vermelho
Ou branco,
Talhado a goles de café,
Aqui, implacáveis e lúcidos, aguardais
A tal carta de apresentação.

Mas, ai!, como tarda,
Como tarda a carta de apresentação...


(poeta angolano nascido faz hoje 98 anos)

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