A Ilha
E olhamos a
ilha assinalada
pelo gosto
de abril que o mar trazia
e galgamos
nosso sono sobre a areia
num barco só
de vento e maresia.
Depois, foi
a terra. E na terra construída
erguemos
nosso tempo de água e de partida.
Sonoras
gaivotas a domar luzes bravias
em nós
recriam a matéria de seu canto,
e nessas
asas se esparrama nossa glória,
de um amor
anterior a todo estio,
de um amor
anterior a toda história.
E seguimos
no caminho de ser vento
onde as aves
vinham ver se havia maio,
e as marcas
espalmadas contra o frio
recobriam de
brancura nosso rumo.
E abrimos
velas alvas que se escondem
dos mapas de
um sonho pequenino,
do início de
uma selva que se espraia
na distância
entre mim e o meu destino.
(poeta
carioca que hoje faz 64 anos)
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