Soneto do
Exílio
Mais além,
leve e alada, a imaginária
arquitetura
irreal, sombra a crescer
sobre a
terra dos mortos, solitária.
Na falsa
noite não deixou de ser
ouvida a
melodia perdulária.
Se acaso o
húmus da vida fez nascer
luz esquiva
na angústia milenária,
é chegado o
momento de esquecer
as obscuras
heranças desvividas
por desamor
e amor: frágil reinado
em manhãs de
magia, pressentidas
além de
tempo e espaço. (E, roto o manto,
na torre
enoitecida um exilado
rei de si
mesmo. Que lhe resta? O canto.)
(poeta
pernambucano falecido faz hoje 9 anos)
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