A carícia
perdida
Sai-me dos
dedos a carícia sem causa,
Sai-me dos
dedos… No vento, ao passar,
A carícia
que vaga sem destino nem fim,
A carícia
perdida, quem a recolherá?
Posso amar
esta noite com piedade infinita,
Posso amar
ao primeiro que conseguir chegar.
Ninguém
chega. Estão sós os floridos caminhos.
A carícia
perdida, andará… andará…
Se nos olhos
te beijarem esta noite, viajante,
Se estremece
os ramos um doce suspirar,
Se te aperta
os dedos uma mão pequena
Que te toma
e te deixa, que te engana e se vai.
Se não vês
essa mão, nem essa boca que beija,
Se é o ar
quem tece a ilusão de beijar,
Ah,
viajante, que tens como o céu os olhos,
No vento
fundida, me reconhecerás?
(poetisa
argentina falecida faz hoje 77 anos)
Tradução de Carlos
Seabra
Sem comentários:
Enviar um comentário