Recordando
Sinto as
cores, da noite, terem medo
e
acolherem-se à sombra do teu luto.
Eu fui um
rei dos godos, que em Toledo
o Tejo
adormeceu e ainda escuto.
Cercam-se de
oiro as salas que habitei,
oiro-cinza
esquecido, oiro dormente.
E em minha
Alma, na qual inda sou rei,
Cismo tronos
caindo lentamente.
Buscam-me
pajens tristes nos caminhos.
E a minha
lenda em sonhos pergaminhos
vai
escrevendo em silêncio o meu cismar.
São outros
os domínios que vivi.
Todas as
coisas que eu outrora vi
regressaram
mistério ao meu olhar.
(poeta
português nascido faz hoje 124 anos)
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