Gazel do
Amor Imprevisto
O perfume
ninguém compreendia
da escura
magnólia de teu ventre.
Ninguém
sabia que martirizavas
entre os
dentes um colibri de amor.
Mil pequenos
cavalos persas dormem
na praça com
luar de tua fronte,
enquanto eu
enlaçava quatro noites,
inimiga da
neve, a tua cinta.
Entre gesso
e jasmins, o teu olhar
era um
pálido ramo de sementes.
Procurei
para dar-te, no meu peito,
as letras de
marfim que dizem sempre,
sempre,
sempre; jardim em que agonizo,
teu corpo
fugitivo para sempre,
teu sangue
arterial em minha boca,
tua boca já
sem luz para esta morte.
(poeta
andaluz nascido faz hoje 117 anos)
Tradução de Óscar
Mendes
1 comentário:
Mataram-no, mas a sua poesia continua bem viva entre nós.
Abraço
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