Sonhando com
seios
Mãe,
estranho
rosto de deusa
sobre a
minha casa de leite,
esse
delicado asilo,
devorei-te.
Todas as
minhas necessidades tragaram-te
como se
fosses comida.
O que me
deste
recordo-o
num sonho:
os braços
sardentos envolvendo-me,
o riso
algures sobre o meu chapéu de lã,
os dedos de
sangue atando os meus sapatos,
os seios
suspensos como dois morcegos,
precipitando-se
depois sobre mim,
até me
dobrar.
Agora os
seios que conheci à meia-noite
batem em mim
como o mar.
Mãe enchi a
boca de abelhas
para evitar
comer
e isso não
foi nada bom para ti.
Finalmente
amputaram os teus seios
e o leite
derramou-se
nas mãos do
cirurgião
e ele
abraçou-os
e eu
retirei-lhos
e
plantei-os.
Coloquei-te
um cadeado,
mãe, querida
morta humana,
para que as
tuas grandes campânulas,
aqueles
queridos póneis brancos,
possam
galopar, galopar,
aonde quer
que estejas.
(poetisa
estado-unidense falecida faz hoje 40 anos)
1 comentário:
Linamigo
Depois de ler o teu comentário (no Sorumbático) ao fdp (por extenso, filho da puta) do Moedas que nos andou a roubar não só as moedas mas também as notas e os cartões bancários tinha forçosamente que vir aqui.
Vim, vi e gostei, que me perdoe o Júlio. Vou voltar mais vezes, sempre que o possa fazer; agora, espero-te na minha Travessa...
Abç
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