Cala-te
Cala-te, voz
que duvida
e me
adormece
a dizer-me
que a vida
nunca vale o
sonho que se esquece.
Cala-te, voz
que assevera
e insinua
que a
primavera
a pintar-se
de lua
nos
telhados,
só é bela
quando se
inventa
de olhos
fechados
nas noites
de chuva e de tormenta.
Cala-te,
sedução
desta voz
que me diz
que as
flores são imaginação
sem raiz.
Cala-te, voz
maldita
que me grita
que o sol, a
luz e o vento
são apenas o
meu pensamento
enlouquecido….
(E sem a
minha sombra
o chão tem
lá sentido!)
Mas canta
tu, voz desesperada
que me
excede.
E ilumina o
Nada
Com a minha
sede.
(José Gomes
Ferreira nasceu faz hoje 113 anos)
Sem comentários:
Enviar um comentário