sábado, abril 13, 2013

A ÁRVORE DOS DESEJOS

Recordei-a como a árvore dos desejos que morreu
E vi-a subir, inteira, até ao céu,
Deixando um rasto de tudo o que se cravara

Por cada carência, uma e outra vez, na têmpera
Da sua casca e sâmago: moeda, alfinete e prego
Desfraldaram dela como uma cauda de cometa

Recém-cunhada e dissolvida. Tive uma visão
De uma ramada aérea atravessando húmidas nuvens,
De rostos erguidos, onde a árvore estivera.


(poeta irlandês que hoje faz  74 anos – Nobel 1995)

(tradução de Rui Carvalho Homem)

1 comentário:

Mar Arável disse...

Tudo se move

até o vento