MÁSCARA
Passa o
tempo da face
E o prazer
de mostrá-la.
Vem o tempo
do só,
A rua do
desgosto,
O trilho
interminável
Numa estrada
sem casas.
O final do
espetáculo,
A sala
abandonada,
O palco
desmantelado.
Do que foi
uma face
Resta apenas
a máscara,
O retrato, a
verônica,
O fantasma
do espelho,
O espantalho
barbeado,
A face
deslavada,
Mais
sulcada, mais suja,
De beijada,
cuspida,
Amarrotada
Como um
jornal velho.
Máscara
desbotada
De carnavais
passados.
Esta é a
nossa cara
Escaveirada.
Até que a
terra
Com sua
garra
Nos rasgue a
máscara.
(poeta
carioca falecido faz hoje 22 anos)
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