Insônia
 
As horas
mortas 
morrem em
candelabros 
de pé 
a sala dorme
recostada 
em mal 
dormidas
noites 
a cama deita
na memória 
sonhos 
que a
deitaram 
a mesa geme 
o tilintar 
de corpos 
os copos
bebem 
velho sabor 
rançoso 
os pratos
roçam 
doces
canções 
ridículas 
os doces
roncam 
novo saber 
agrícola 
a casa varre
a solidão 
aos gritos 
sobe lá fora
a dor 
intestinal 
do mundo 
treme a
descarga 
num estertor
de pranto 
rola a viola
em tão
plangente 
surdo 
os grilos
metem 
o dedo 
na garganta 
o galo
crispa 
seu silêncio
fundo 
a luz
furtiva 
como 
num delito 
fantasmas
cantam 
a
ressurreição 
da falha 
cachorros
lambem 
seu pesadelo
aflito 
os gatos
rasgam 
a comunhão 
da carne
(poeta
paulista que hoje faz 70 anos)
1 comentário:
Um excelente poema, que não deve ser lido ao anoitecer.
Abraço
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