Recuso-me
Recuso-me a
ficar amolecido
Tragicamente
cilindrado
E muito
antes de lutar - vencido
E muito
antes de morrer - violado.
Recuso-me ao
silêncio e à mordaça
Serei
independente, livre e exacto
A verdade é
uma força que ultrapassa
A própria
dimensão em que combato.
Recuso-me a
servir a violência
Embora a
minha voz de nada valha
Mas que me
fique ao menos a consciência
De que
tentei romper esta muralha.
Recuso-me a
ter medo e a estiolar
Na concha
dos poetas sem mensagem
Que me levem
o corpo e a coragem
Mas que
fique esta voz para cantar.
(poeta
português falecido faz hoje 24 anos)
3 comentários:
"Recuso-me ao silêncio e à mordaça
Serei independente, livre e exacto
A verdade é uma força que ultrapassa
A própria dimensão em que combato."
São homens com palavras como estas que me fazem sentir orgulho de me sentir revoltada e não me calar.
Obrigada lino pela partilha
Boa semana meu amigo
Beijinho e uma flor
Excelente contra a canalha
Musicado e cantado por Luís Cília. Um grande poema mais do que actual.
Abraco
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