Outrora
Outrora
alguém olhou com os meus olhos
e alguém
sentiu também com meus sentidos.
Alguém foi
Eu, em sonhos derruídos,
alguém viveu
de mim ante os teus olhos.
Por isso se
me vejo, me conheço
de me ter
visto outrora no meu Eu.
O meu
passado é tudo que adormeço,
tudo o que
envolvo em mim e me esqueceu.
E as minhas
mãos que no teu sonho exaltas,
outrora para
Deus as elevei...
Não tocavam
em Deus, eram mais altas.
Minha
presença é alma que se ausenta
e o meu
passado que ante mim deixei,
uma cadeira
onde ninguém se senta.
(poeta
português nascido faz hoje 121 anos)
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