A implosão da mentira - fragmento I
Mentiram-me. Mentiram-me ontem
e hoje mentem novamente. Mentem
de corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente
que acho que mentem sinceramente.
Mentem, sobretudo, impune/mente.
Não mentem tristes. Alegremente
mentem. Mentem tão nacional/mente
que acham que mentindo história afora
vão enganar a morte eterna/mente.
Mentem. Mentem e calam. Mas suas frases
falam. E desfilam de tal modo nuas
que mesmo um cego pode ver
a verdade em trapos pelas ruas.
Sei que a verdade é difícil
e para alguns é cara e escura.
Mas não se chega à verdade
pela mentira, nem à democracia
pela ditadura.
Affonso Romano de
Sant'Anna
(poeta mineiro)
3 comentários:
Grande poema
... mas a mim não me mentiram
Os tipos são mesmo assim
por dentro e por fora
Divino!
Excelente escolha meu amigo.
A mim não me mentem porque jamais acreditei em tais pulhas.
Beijinho e uma flor
abraço, meu amigo.
poema bem oportuno.
Enviar um comentário