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terça-feira, outubro 16, 2012

A implosão da mentira - fragmento I

Mentiram-me. Mentiram-me ontem
e hoje mentem novamente. Mentem
de corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente
que acho que mentem sinceramente.

Mentem, sobretudo, impune/mente.
Não mentem tristes. Alegremente
mentem. Mentem tão nacional/mente
que acham que mentindo história afora
vão enganar a morte eterna/mente.

Mentem. Mentem e calam. Mas suas frases
falam. E desfilam de tal modo nuas
que mesmo um cego pode ver
a verdade em trapos pelas ruas.

Sei que a verdade é difícil
e para alguns é cara e escura.
Mas não se chega à verdade
pela mentira, nem à democracia
pela ditadura.

Affonso Romano de Sant'Anna

(poeta mineiro)

3 comentários:

  1. Grande poema

    ... mas a mim não me mentiram
    Os tipos são mesmo assim
    por dentro e por fora

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  2. Divino!
    Excelente escolha meu amigo.

    A mim não me mentem porque jamais acreditei em tais pulhas.

    Beijinho e uma flor

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  3. abraço, meu amigo.

    poema bem oportuno.

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