O homem do
mundo
Quando
acordei, não vi mais os tempos de meu pai,
a face de
minha mãe não falou de orações.
Minha avó
rezando na tempestade
e o vulto do
Monsenhor entre as rosas da praça.
As perdidas
casuarinas no crepúsculo vago,
lembrança de
mortos no soluço do vento.
Onde estás,
vitrola de bilhar deserto?
Onde arquivaste
os discursos de catorze?
Agora, ouço
apenas o clamor dos vivos
unindo os
continentes.
Não sou mais
o homem do interior, sou o homem do mundo.
Hoje, meu
coração é um alfinete no mapa,
aceso também
na hora solitária.
Adeus,
alegrias inúteis! A dor bateu às nossas portas.
Temos os
olhos enxutos, estamos conscientes.
(poeta
mineiro nascido faz hoje 105 anos)
Sem comentários:
Enviar um comentário