Já não
importam os dias
Não, já não
importam as guerras,
nem a
cumplicidade do silêncio imposto
com a
overdose fatal dos nossos sonhos.
Estandartes
levantados por mãos impróprias
também já
não importam.
Já nem
sequer importam as mãos
à procura
das horas mágicas,
nem a
ousadia transbordante dos segundos,
e as flores
muito menos importam
porque é
insuportável o seu odor.
Tão pouco
importam os velhos sorrisos,
plenos de
conveniência,
e a música
monótona desta sinfonia
de autores
duvidosos.
Os abraços
que se percam, absortos,
porque já
não importam.
Os beijos
são inúteis, também
já não
importam.
Já não
importam os dias. Claros
ou escuros
que eles sejam. Não importam.
Restam as
noites brancas e esquecidas,
onde os
orgasmos se repetem e a claridade
se recusa.
Para sempre.
(poeta
brigantino que hoje faz 52 anos)
Sem comentários:
Enviar um comentário