terça-feira, outubro 21, 2014

Soneto da Esperança

Tempo de azul e não. Desencantado
reino do que não foi, mundo postiço,
ontem feito de agora, hoje passado:
na essência do não-ser o instante omisso.

(Margaridas da tarde, onde o seu viço?
Choro de água nos ares, lento e alado
caminho cor de sonhos? Insubmisso
mar sem datas, desfeito e recriado?)

Suaves rechãs por onde a mão do vento
esculpia no verde a sombra exata
e as imagens que o olhar já não alcança.

Aventuras tão-só do pensamento:
arco de azul, a tarde era a fragata
supérflua, para o exílio da esperança.


(poeta pernambucano falecido faz hoje 8 anos)

1 comentário:

Justine disse...

O desencanto, do lado de cá e de lá do oceano!
(respondendo à tua pergunta sobre o rabo do meu Mounty: ele é neto de uma siamesa pura, de rabo cortado de nascença, que teve um "caso" com um gato de telhado alfacinha, que deu como fruto a mãe dele, que por sua vez fugiu com um gato selvagem alentejano. No fim da linha está o Mounty, que nasceu de rabo curto! Que bom falar do meu gato :-)))))))) )
Boa semana!