Paraíso
Perdido
Outro, não
eu, que desespero, ao cabo
de, em
pedrarias de arte e versos de ouro,
ter
dissipado todo o meu tesouro,
como os
florins e as jóias de um nababo;
outro, não
eu, que para o chão desabo,
esquecendo-te
as culpas e o desdouro,
e a teus pés
de marfim, como o rei mouro,
em torrentes
de lágrimas acabo:
outro
conspurca-te a beleza augusta,
cujo anseio
de posse ainda me custa
como um
verme faminto andar de rastros.
E mais
deploro este meu sonho falso
ao recordar
que andei no teu encalço
pelo caminho
rútilo dos astros!
(poeta
carioca falecido a 18 de Setembro de 1916)
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