Os sons do
ofício
É porque
recolho o vário
no aviário
das vértebras
e me há um
silo de células
e me há um
quase-aquário,
que o poema
se me chega,
estuário.
Que me
importa
a sina
jugular das fases,
a vida
conjugal das frases
e o
semblante cínico
das fezes,
se não faço
poemas
como quem
defende teses.
Faço poemas
para que
passem os dias
e pascem os
rebanhos
e os oceanos
pasmem
ante o
naufrágio
de todas as
datas
no
calendário-lanho.
Ou seja,
faço-os
como quem
viceja
os laços do
arremesso
como quem vislumbra
silêncio nos
entulhos
e aprendeu a
estrutura ideal
para montar
barulhos
sob a língua
mais banal.
Faço-os
como quem
lambe oásis no planalto,
deixado
pelas bases
de um
simples sobressalto.
É como se o
ego
coubesse
inteiro
na
determinação de um prego
que me fixa
exílios sob a carne
mas que
também aciona
os gatilhos
do alarme.
(poeta goiano que hoje faria 50 anos)
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