terça-feira, setembro 30, 2014

Canto-cântaro

De que argila foste feito
Canto cântaro de amor?
Em que torno te tornaste
Dona e duna, chão e pluma!
Com que mármore marcaste
O perfil das alamedas?
Céu de selva onde caminho
Sem possíveis salvações!
Qual o sol por soletrar
Teus bizarros compromissos?
Ah! cilada tão silente,
Tecla solta em cravo rubro!
Fiandeira onde me fio
Dedos-dédalos danando:
- Se sou chuva é porque morro,
Canto-cântaro de amor!


(poeta paulista que hoje faz 88 anos)

1 comentário:

jrd disse...

Canto -liquido- de lágrimas.

Abraço