COMO DIZER O
SILÊNCIO?
Se em
folhagem de poema
me catais
anacolutos
é vossa a
fraude. A gema
não desce a
sons prostitutos.
O saltério,
diletante,
fere a Musa
com um jasmim?
Só daí para
diante
da busca
estará o fim.
Aberta a
porta selada,
sou pensada
já não penso.
Se a Musa
fica calada
como dizer o
silêncio?
Atirar
pérola a porco?
Não me
queimo na parábola.
Em mãos que
brincam com o fogo
é que eu não
ponho a espada.
Dos confins,
o peristilo
calo com
pontas de fogo,
e desse
casto sigilo
versos são
só desafogo.
E também
para que me lembrem
deixo-os no
mercado negro,
que neles
glórias se vendem
e eu não sou
só desapego.
Raiz de Deus
entre os dentes,
aí, pára a
transmissão.
Ultrassons
dessas nascentes
só aves
entenderão.
(Natália
Correia nasceu faz hoje 91 anos)
1 comentário:
Saudade imensa desta grande senhora da Poesia.
Uma abraço daqui do longe.
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