Fábula
Antiga
No princípio
do mundo o Amor não era cego;
Via mesmo
através da escuridão cerrada
Com pupilas
de Lince em olhos de Morcego.
Mas um dia,
brincando, a Demência, irritada,
Num ímpeto
de fúria os seus olhos vazou;
Foi a
Demência logo às feras condenada,
Mas Júpiter,
sorrindo, a pena comutou.
A Demência
ficou apenas obrigada
A acompanhar
o Amor, visto que ela o cegou,
Como um
pobre que leva um cego pela estrada.
Unidos desde
então por invisíveis laços
Quando o
Amor empreende a mais simples jornada,
Vai a
Demência adiante a conduzir-lhe os passos
(poeta
limiano nascido a 1 de Junho de 1849)
2 comentários:
Desconhecia o poema, mas não Feijó...
Tudo de bom
A força da metáfora na poesia.
Muito bom.
Abraço
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