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domingo, junho 01, 2014

Fábula Antiga

No princípio do mundo o Amor não era cego;
Via mesmo através da escuridão cerrada
Com pupilas de Lince em olhos de Morcego.

Mas um dia, brincando, a Demência, irritada,
Num ímpeto de fúria os seus olhos vazou;
Foi a Demência logo às feras condenada,

Mas Júpiter, sorrindo, a pena comutou.
A Demência ficou apenas obrigada
A acompanhar o Amor, visto que ela o cegou,

Como um pobre que leva um cego pela estrada.
Unidos desde então por invisíveis laços
Quando o Amor empreende a mais simples jornada,
Vai a Demência adiante a conduzir-lhe os passos


(poeta limiano nascido a 1 de Junho de 1849)

2 comentários:

  1. Desconhecia o poema, mas não Feijó...

    Tudo de bom

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  2. A força da metáfora na poesia.
    Muito bom.

    Abraço

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