Não me peçam
razões
Não me peçam
razões, que não as tenho,
Ou darei
quantas queiram: bem sabemos
Que razões
são palavras, todas nascem
Da mansa
hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam
razões por que se entenda
A força da
maré que me enche o peito,
Este
mal estar no mundo e nesta lei:
Não fiz a
lei e o mundo não aceito.
Não me peçam
razões, ou que as desculpe,
Deste modo
de amar e destruir:
Quando a
noite é de mais é que amanhece
A cor de
primavera que há-de vir.
(José
Saramago faleceu faz hoje 4 anos)
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