Não Dizia
Palavras
Não dizia
palavras,
Aproximava
apenas um corpo interrogante,
Porque
ignorava que o desejo é uma pergunta
Cuja
resposta não existe,
Uma folha
cujo ramo não existe,
Um mundo
cujo céu não existe.
Entre os
ossos a angústia abre caminho,
Ergue-se
pelas veias
Até abrir na
pele
Jorros de
sonho
Feitos carne
interrogando as nuvens.
Um contacto
ao passar,
Um fugidio
olhar no meio das sombras,
Bastam para
que o corpo se abra em dois,
Ávido de
receber em si mesmo
Outro corpo
que sonhe;
Metade e
metade, sonho e sonho, carne e carne,
Iguais em
figura, iguais em amor, iguais em desejo.
Embora seja
só uma esperança,
Porque o
desejo é uma pergunta cuja resposta ninguém sabe.
(poeta
sevilhano nascido a 21 de Setembro de 1902)
Tradução de
José Bento
3 comentários:
Não conhecia!
Gostei imenso do que li, obrigada e bom domingo lino
beijinho e uma flor
ADORO POESIA
...
no entanto não posso dizer
que
foram as palavras dos poetas
que me levaram a CACELA.
eu desconhecia
...
o que iria encontrar!
...no futuro poderão funcionar
como mapa
e cartão de visita.
Quando lá cheguei,
encontrei as palavras
que tinha lido
nas paredes das casas brancas, ainda mais brancas
por causa da luz
anunciada nos versos.
BELA a poesia
também eu ignorava que
o desejo é uma pergunta...!!!
Beijos
Fusão, dois em um.
Abraço
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