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sábado, setembro 21, 2013

Não Dizia Palavras

Não dizia palavras,
Aproximava apenas um corpo interrogante,
Porque ignorava que o desejo é uma pergunta
Cuja resposta não existe,
Uma folha cujo ramo não existe,
Um mundo cujo céu não existe.

Entre os ossos a angústia abre caminho,
Ergue-se pelas veias
Até abrir na pele
Jorros de sonho
Feitos carne interrogando as nuvens.

Um contacto ao passar,
Um fugidio olhar no meio das sombras,
Bastam para que o corpo se abra em dois,
Ávido de receber em si mesmo
Outro corpo que sonhe;
Metade e metade, sonho e sonho, carne e carne,
Iguais em figura, iguais em amor, iguais em desejo.

Embora seja só uma esperança,
Porque o desejo é uma pergunta cuja resposta ninguém sabe.


(poeta sevilhano nascido a 21 de Setembro de 1902)

Tradução de José Bento

3 comentários:

  1. Não conhecia!
    Gostei imenso do que li, obrigada e bom domingo lino

    beijinho e uma flor

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  2. ADORO POESIA

    ...

    no entanto não posso dizer
    que
    foram as palavras dos poetas
    que me levaram a CACELA.

    eu desconhecia
    ...
    o que iria encontrar!

    ...no futuro poderão funcionar
    como mapa
    e cartão de visita.

    Quando lá cheguei,
    encontrei as palavras
    que tinha lido
    nas paredes das casas brancas, ainda mais brancas
    por causa da luz
    anunciada nos versos.


    BELA a poesia

    também eu ignorava que
    o desejo é uma pergunta...!!!


    Beijos

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  3. Fusão, dois em um.

    Abraço

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