Lua Cheia
Aquele rio de águas cristalinas
que, manso e
preguiçoso,
desliza, em
doce murmúrio,
por entre o
fresco e umbroso
vale das
colinas,
é bem feliz
e venturoso, aquele rio!
Ind'outro
dia
(anoitecia)
eu vi madame
Lua,
pálida de
emoção, arfando o peito,
inteiramente
nua,
meter-se-lhe
no leito...
E nesse
dúbio
conúbio...
com o
riozinho querido,
com o
riozinho peralta,
esteve tempo
esquecido,
demorou-se
até noite alta.
Depois...
mais branca... mais risonha...
mais bela...
mais romântica, saiu;
mas ao sair
me viu,
e então
baixou das pálpebras o véu,
fugiu qual
nívea e singular cegonha,
foi-se
esconder pejada de vergonha,
num biombo
de nuvem lá no céu.
Agora, após
ter-se enredado
do amor na
feiticeira teia,
costuma
aparecer, no espaço constelado,
manchada e
escandalosamente cheia...
(poeta
mineiro nascido faz hoje 118 anos)
1 comentário:
Muito interessante !
:)
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