ALGUÉM PASSOU
ALGUÉM passou. E a sua sombra,
como um manto que tomba
de um gesto lânguido ficou no meu caminho.
Ora, o sol já se foi e a noite vem devagarinho.
E no entanto
a sombra continua,
nítida e nua,
atirada na terra como um manto.
Faz frio.
Corre pelo meu corpo um áspero arrepio...
E um desejo me vem, tímido e louco,
de agasalhar-me um pouco
nesse manto de sombra morna...
Mas
alguém
volta na noite pálida:
volta para buscar sua sombra esquecida.
É dia. E, pela estrada melancólica e árida,
vai tremendo de frio a minha vida...
(poeta paulista falecido faz hoje 43 anos)
1 comentário:
Gostei de ler um poeta por mim desconhecido. Um poema triste, um pouco tétrico.
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