Algures os
campos
A natureza
do poeta é fingir
a existência
mais íntima da linguagem
aquele lugar
onde a morte
resplandece
em todos os sentidos dos pulmões
pois desde
sempre a chuva
amansou os
vestígios do sangue
que jorra do
estilhaço das palavras inócuas,
.
na
desesperada procura do silêncio
amo a
tempestade e repudio o relâmpago
e contudo as
tuas sílabas dissecam-me o veneno
da seara e
da cesura
em que me
avivo júbilo de mim mesmo.
.
Que precisão
existirá no ângulo do poema?
(poeta
coimbrão que hoje faz 49 anos)
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