Separação
Hoje nos
separamos para sempre
e isso faz o
mundo transformar-se.
Tudo nele
anuncia a traição:
os rios vão
se afastando das margens,
as nuvens
vão se afastando do céu,
a mão
direita olha para a esquerda
e arrogante
diz: “Vou embora, adeus!”
Abril não
mais prepara o mês de maio,
mês de maio
que nunca mais verás,
e as flores
se desfolham, feitas pó.
É a derrota
do azul para o amarelo!
Já as
últimas flores se esturricam,
comprimento
e largura não há mais,
o branco, em
estertor, já agoniza,
deixando um
arco-íris de orfãzinhas.
A natureza
afoga em sua tristeza,
a maré baixa
sobe pela margem,
calam-se os
sons e isso porque nós,
você e eu,
pra sempre nos deixamos.
(poetisa
russa falecida faz hoje 3 anos)
Tradução de
Lauro Machado Coelho
1 comentário:
Quando as mãos se separam os corpos seguem-nas.
Abraço
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