O Silêncio
Peço apenas
o teu silêncio, 
como uma
criança pede uma flor 
ou um velho
pedinte um bocado de pão. 
Um silêncio 
onde a tua
alma se embrulha, friorenta, 
trémula, à
aproximação das invernias. 
Um silêncio
com ressonâncias de antigas primaveras, 
de outonos
descoloridos 
e da chuva a
cair no negrume da noite. 
- Vá,
motorista de táxi, 
transporta-me
através das
ruas da cidade inextricável, 
vertiginosamente,
buzinando,
buzinando, 
abafando o
ruído de um outro silêncio! 
(poeta
vila-condense nascido faz hoje 111 anos)
 
 
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