FRAGMENTO DE
UM CORO
Nós
os de cinza e tempo
nós os de
olhar barrado
nós os de
céus ardendo
e ventos
desfigurados
nós os de
mito e queda
nós os de
mãos atadas
ecos
desdobrando
gritos
mudos mantos
desdobrados
nós
silenciados muros
de
desesperos caiados
nós cegos
irmãos em luto
por mundos
manietados
nós
sonâmbulos
remotos
nós vagos
só
recordados
os estáticos
andantes
escuramente
pisados
nós os
egressos da sede
diuturnamente
velada
nós o exílio
de nós mesmos
viva lâmpada
apagada
nós entre o
infinito e o medo
esparsos
desencontrados
nós frios
de cinza e
tempo
em tempo e
cinza
encerrados
(poeta
carioca nascido a 12 de Novembro de 1940)
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