Caras Sujas
Ao longo
destas avenidas,
recordação
de velhas lendas,
cantam as
chácaras floridas
com suas
líricas vivendas.
Lá dentro,
há risos, jogos, danças,
crástinas,
módulas fanfarras,
um
pandemônio de crianças,
um
zangarreio de cigarras.
Fora,
penduram-se na grade
os pobres,
como gafanhotos;
têm dos
outros a mesma idade.
mas estão
pálidos e rotos.
Chora a
injustiça da cidade
na cara suja
dos garotos.
(poeta
paulista nascido faz hoje 122 anos)
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