Recomeça….
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…
Miguel Torga
5 comentários:
Grato pela partilha
Sejamos loucos pois!
Excelente escolha quer do poeta quer do poema.
Bom ano para si.
Linamigo
Chego aqui vindo do Sofá Amarelo e, logo ao abrir do ano, gosto do que venho encontrar. O nosso Torga (ele sim, ele devia ter sido o nosso Nobel...) é um deslumbramento. E a recomeçar, ainda por cima: Muito obrigado.
Entretanto, o Vatefantasma volta a atacar…
O Ano Novo já entrou
pé ante é, de mansinho;
quem já dormia acordou
pra despedir o velhinho
De muletas e alquebrado
o velho nem quis saber
onde seria enterrado;
estava farto de viver
Mas o novo, um folgazão,
nem sequer lhe deu abraço
que era muita a confusão
Deu-lhe só um empurrão
pra ganhar o próprio espaço
ou escolher a… emigração
‘té parece que sou poeta… da treta
Abç
Feliz Ano Novo!
PAZ e LUZ
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