domingo, janeiro 16, 2011

Ante o mar

Ávido de sol poente,
me planto na extensão do rude cais
a ver o mar que sonha à minha frente
- tão longo como é longo o nunca mais.

As ondas me propõem ecos de um tempo
em que me desavim nas travessias,
porque nauta já fui, ao léu dos ventos,
premido entre tufões e calmarias.

E assim também me lanço pela vida
num jogo de fortunas alternadas,
buscando a dúbia rota presumida
entre as coisas presentes e passadas.

João Carlos Teixeira Gomes

(poeta baiano)

2 comentários:

jrd disse...

Navegador indómito, o poema.
Abraço

lua prateada disse...

Tão longo, como é longo o nunca mais...
Pois é..está maravilhoso, adorei e repassarei...

Abraço prateado

SOL