Rascunhos
Esta noite voltei a sonhar com meus lagartos
e as mesmas pedras onde costumam dormitar
em minha Catedral Submersa.
Aqueles mesmos sons de sino e carrilhões
desfilaram pela nave deserta
como procissões extintas
sopradas das cinzas da memória.
Acho que o sol era só deles,
lagartos quase jade,
figuras esculpidas no limo verde-escuro das rochas.
Seus olhos, no entanto, abriam-se para nosso espanto
e para o espanto deles próprios
(lagartos).
Fred Souza Castro*
*poeta brasileiro
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