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quinta-feira, julho 15, 2010

Rascunhos

Esta noite voltei a sonhar com meus lagartos
e as mesmas pedras onde costumam dormitar
em minha Catedral Submersa.

Aqueles mesmos sons de sino e carrilhões
desfilaram pela nave deserta
como procissões extintas
sopradas das cinzas da memória.

Acho que o sol era só deles,
lagartos quase jade,
figuras esculpidas no limo verde-escuro das rochas.

Seus olhos, no entanto, abriam-se para nosso espanto
e para o espanto deles próprios
(lagartos).

Fred Souza Castro*

*poeta brasileiro

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