terça-feira, maio 27, 2008

Primavera a poesia não ancorou nesta tarde de primavera ah, cansaço de não ser nada nem inverno nem garoa , nem céu azul ter o cinza na alma e nem assim poder ser completamente cinza este canto esquisito de pássaro estaria numa gaiola ? como um pássaro pode ter um canto tão feio ! cansaço de também não ser pássaro ! a poesia recria, toma tudo emprestado e belo viagem de onde se volta achando tudo engraçado ah, e hoje nem a poesia ... nem ancora nem naufraga navio sem rumo veleiro sem velas ombros curvados ah, que cansaço de também não ser poeta serei passageiro que não seja eu o comandante de nada ... se nem ao menos a primavera é primavera Ana Lamanna* *poetisa brasileira

2 comentários:

jrd disse...

Esta Primavera anda muito pouco poética...

éme. disse...

Sim... nem a Estação de flores quer já ser Presença.
Um pássaro numa gaiola não é Pássaro e, como ele, dias cinzentos, como as pessoas os trazem (ou a que nos obrigam), também não podem chamar a Primavera.

Mas que desencanto é este, companheiros, que nos enche o ar e nos impede um sopro?

"ah, cansaço de não ser nada"

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