Morreu aos 51 anos de idade, vitimado por um linfoma, no dia 13 de Junho de 1997.
Chamava-se Alberto Raposo Pidwell Tavares, mas ficou conecido pelo pseudónimo de Al Berto.
Infinita melancolia
os ossos encheram-se de lodo e
eu comprei um albatroz empalhado
para te vigiar a alma - ao anoitecer
é com os dedos incendiados que enterro
os dias - esta poeira brilhante
que se desprende dos cedros e cai
na fissura entre a máscara e o rosto
um lume maligno solta-se então das águas
a pele adquire o sabor do estuque e do bolor
não há morte ou paixão
que esta cidade não conheça - mas o corpo
não se lembra de tudo - a noite ardendo
desperta o coração - este palácio de plâncton
e de fantasmas com asas de sombra
depois
talvez se ouça o canto quase límpido
do mundo - cinzas onde mergulho
para abrir o tempo e visitar tuas mãos
que a lucidez do amor escureceu
Al Berto - últimos poemas
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