How many times must a man look up, Before he can see the sky? How many ears must one man have, Before he can hear people cry? The answer, my friend, is blowin' in the wind. The answer is blowin' in the wind.
quinta-feira, março 05, 2015
Campo
A Alberto
Martins de Carvalho
Este verde
impossível de ser,
Que alegre o
camponês cultiva a prazo,
Não dá
sequer para me aborrecer
Na extensão
sem fim do campo raso.
Sem fim, a
vida, deixa-se correr
Lisa e
fatal, serena, sem acaso.
E acontece o
que tem de acontecer
Como quem já
da vida não faz caso.
Nada se
passa aqui de extraordinário:
Tudo assim,
como peixe no aquário,
Sem relevo,
sem isto, sem aquilo;
Muito
bucólico a favor da besta,
O campo,
sim, é esta coisa fresca...
Coaxar de
rãs, a música do estilo.
(poeta
coimbrão falecido a 5 de Março de 1958)
quarta-feira, março 04, 2015
À laia de
oração
Elevo-te às
alturas
elevo-te
para lá das nuvens
elevo-te às
estrelas
Estás tão
perto do sol
que os seus
raios
cegam-me
e deixo de
ver-te
Fecho os
olhos
aprisiona-me
a escuridão
aprisiona-me
a solidão e o medo
Porque te
levantei tão alto
que já não
consigo ver-te?
(escritor
polaco nascido faz hoje 83 anos)
terça-feira, março 03, 2015
Canção
amarga
Cavalo
alado, perdido
em
labirintos de estrelas:
longos
caminhos de espanto,
desnudos aos
quatro ventos,
fome de pura
volúpia,
sede de
bruma e silêncio.
Entre meus
dedos trançados,
floriu o
hibisco vermelho;
por ele
troquei a flor
amarga do
limoeiro,
olor de
terra molhada,
aromas
castos de feno;
deixei a
saia rodada
pela túnica
de efebo,
cravei agudo
pinhal
na raiz do
meu desejo
por um amor
desumano,
Sem razão,
sem fim, nem sexo.
(escritora
vianense nascida faz hoje 96 anos)
segunda-feira, março 02, 2015
Granada em
mãos infiéis
A minha
amada desnudou-se e cobriu-se de vergonha.
Só a
vergonha veste agora a minha amada.
A minha
amada dormiu com o infiel,
Entregou-se
nos seus braços e deitou-se na sua cama.
Esqueceu as
juras de amor que eu lhe fizera
E deixou-se
seduzir por falas mansas.
Como eu
entendo que ele a tenha amado,
A ela, a
mais amável de todas!
Oh, se eu
pudesse tê-lo cegado antes que ele a contemplasse!
Mas não
tocarei sequer um só dos seus cabelos,
Para não
tornar mais infeliz ainda a minha amada.
(escritor
açoriano nascido faz hoje 71 anos)
domingo, março 01, 2015
sábado, fevereiro 28, 2015
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