Não tenho
pressa
Não tenho
pressa. Pressa de quê?
Não têm
pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é
crer que a gente passa adiante das pernas,
Ou que,
dando um pulo, salta por cima da sombra.
Não; não
tenho pressa.
Se estendo o
braço, chego exactamente onde o meu braço chega -
Nem um
centímetro mais longe.
Toco só onde
toco, não onde penso.
Só me posso
sentar onde estou.
E isto faz
rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras,
Mas o que
faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra cousa,
E somos
vadios do nosso corpo.
(Alberto
Caeiro “nasceu” em Lisboa faz hoje 125 anos)
1 comentário:
Nós, hoje, temos pressa.
De que se vão embora os malditos.
25 de Abril, sempre, marcado.
Abç da bettips
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