Convite à
Viagem
Minha doce
irmã
Que bom que
será
Irmos os
dois de viagem!
Irmos os
dois viver,
Amar e
morrer
Num país à
tua imagem!
Os sóis
molhados
Nos céus
nublados
Têm para mim
o encanto
Tão
misterioso
Do olhar
enganoso,
Que brilha
no teu pranto.
Lá onde a
calma, o luxo e a beleza
E a volúpia
se sentam à nossa mesa.
Móveis já
velhos
Polidos como
espelhos
Decorarão
nosso lar;
As mais
belas flores
Misturarão
os odores
Ao vago
aroma do âmbar,
Lustres
cintilantes,
Espelhos distantes,
O esplendor
oriental
Hão-de falar
À alma em
segredo
A sua língua
natal.
Lá onde a
calma, o luxo e a beleza
E a volúpia
se sentam à nossa mesa.
Vês além no
rio
Dormir um
navio
De humor
vagabundo;
Foi para
saciar,
O que possas
desejar,
Que veio do
fim do mundo.
- À tarde
acontece
Que o vale
em redor,
O rio, toda
a cidade
São jacinto
e oiro;
O mundo
adormece
Numa quente
claridade.
Lá onde a
calma, o luxo e a beleza
E a volúpia
se sentam à nossa mesa.
(Charles
Baudelaire nasceu a 9 de Abril 1821)
Tradução de
Fernando Pinto do Amaral
1 comentário:
Embora ache que a poesia perde sempre nem que seja a melhor das traduções e, por isso, prefiro as edições bilingues...gostei do poema.
Gosto de Dulce Pontes , mas há muito tempo que não se ouve falar dela.
É sempre o mesmo em Portugal: descobre.se uma pessoa e aparece em tudo quanto é sítio , até ao enjoo...depois é posta de lado e até parece que nunca existiu!
Boa tarde
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