Litania
O teu rosto
inclinado pelo vento...
A feroz
brancura dos teus dentes,
As mãos, de
certo modo, irresponsáveis...
E contudo
sombrias, e contudo transparentes.
O triunfo
cruel das tuas pernas,
Colunas em
repouso se anoitece.
O peito
raso, claro, feito de água,
A boca
sossegada onde apetece...
Navegar ou
cantar, ou simplesmente ser
A cor d'um
fruto, ou peso d'uma flor,
As palavras
mordendo a solidão,
Atravessadas
de alegria e de terror,
São a grande
razão... são a única razão...
(escritor
brasileiro falecido faz hoje 9 anos)
1 comentário:
Razão mais do que suficiente.
Abraço
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